Portas Abertas visita vítimas do atentado de Kaduna


Localizada a oeste da África, a Nigéria ocupa o 13º lugar na classificação dos países que mais perseguem os cristãos. Nos últimos meses, o norte do território tem sido alvo de uma série de ataques contra as Igrejas. Extremistas islâmicos almejam a imposição da sharia (lei islâmica) e do Islã como religião oficial do Estado
Pouco depois de, supostamente, um membro do grupo radical Boko Haram dirigir um carro carregado de explosivos até uma Igreja de Kaduna, na Nigéria, e detonar uma bomba lá, colaboradores da Portas Abertas foram ao local, a fim de falar com testemunhas e incentivar os enlutados e feridos a manterem-se fiéis ao Senhor, mesmo em meio à dor e à perda.

No final de outubro, a congregação estava reunida para um culto de adoração, como fazia todas as manhãs de domingo. Próximo das 8h45, o motorista de um Honda CRV direcionou o veículo para o portão de segurança da igreja. Quando oficiais chegaram até o veículo, o condutor inverteu e, em seguida, acelerou em linha reta através da cerca para dentro do prédio da igreja, detonando a bomba. A explosão abriu um buraco na parede e no telhado do edifício. A imprensa local informou que nove pessoas foram mortas, mas testemunhas indicaram que quatro morreram, enquanto 145 ficaram feridas.

"Eu estava prestes a entoar o coro de uma canção quando ouvimos um golpe estrondoso. O veículo atingiu a parede ao lado do coro, que se quebrou e caiu sobre nós. Quando eu voltei à consciência toda a igreja estava envolta em fumaça. Meu corpo estava em tal estado de choque que eu pensei que o impacto da explosão tinha me matado. Todos choravam muito. Havia vidros quebrados e sangue por toda parte. Eu vi os corpos sem vida e tive de orar, pedir por coragem. Alguns membros do meu coro estavam entre os mortos", disse Emmanuel Danyang (foto), maestro da igreja.

"Estabeleceu-se uma imensa confusão na igreja. Correndo, impotente, por todas as direções, eu só podia gritar para os céus. A raiva paralisante foi surgindo dentro de mim ao testemunhar o desastre e a agonia no rosto das pessoas", compartilhou Sansão, outro cristão que viveu essa terrível experiência.

A Portas Abertas visitou vítimas em quatro hospitais diferentes e outras em suas casas. Cecilia Samuel, que perdeu o marido na explosão, disse, pouco depois da alta hospitalar, "Eu sou feliz por estar viva hoje. Meu marido e eu estávamos na área do coro da igreja quando a bomba explodiu. Foi realmente um dia terrível para mim. Eu o vi morrer. Mas agradeço a Deus porque o meu marido morreu nEle, salvo. E eu o encontrarei no céu quando chegar a minha vez também."
Um tempo precioso foi gasto com as crianças afetadas física e emocionalmente pelo incidente. Quinta-feira, 8 de novembro, aconteceu um funeral coletivo pelo falecimento de quatro pequenos cristãos.
Apesar do ataque, os cultos já foram retomados normalmente. Kazat, um crente que escapou por pouco da morte na explosão declarou: "Nenhum ataques ou bombardeio pode nos impedir de seguir a Jesus. Essas experiências só nos aproximam mais ainda de Deus. Nossos irmãos e irmãs que morreram estão agora com o Senhor, por isso, se morrermos em Cristo somos mais que vencedores."
Colaboradores da Portas Abertas constataram que este é o sentimento geral entre os cristãos. Todos se declararam preparados para suportar a perseguição por causa de sua fé em Cristo.
Pedidos de oração
• Ore para que o Senhor continue fortalecendo, guiando e protegendo os cristãos no norte da Nigéria.
• Interceda pelo trabalho da Portas Abertas na Nigéria, pelo treinamento de cristãos a estarem preparados e resistirem a perseguição atual com amor, fé e confiança.
• Peça pelos líderes da Igreja em todo norte da Nigéria, que confessaram o quanto é difícil controlar os jovens quando incidentes como estes ocorrem. Ore por parcerias entre a Portas Abertas e as Igrejas, para que a juventude  cristã seja incentivada a responder à perseguição de maneira diferente.
• Muitos cristãos em todo o país têm sido afetados por ataques de perseguição que resultam em traumas sérios. Ore para que o trabalho da Portas Abertas ajude às Igrejas a ministrarem a esperança e a graça do Senhor sobre a vida dos cristãos traumatizados.

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