Alegria e expectativas para a Igreja no Mali


A libertação das principais cidades do norte do Mali gerou uma grande sensação de alívio e alegria no país, mas a tarefa de reconstrução e reconciliação será enorme
Um mês após o ataque francês, as tropas do Mali e da África recuperaram o controle das principais cidades do norte do país, anteriormente ocupadas por grupos armados islâmicos. A operação liderada pelos franceses começou em 11 de janeiro, após uma tentativa de militantes avançarem para o sul.
"Todo o país ficou abalado quando soubemos que os muçulmanos estavam avançando para o sul", disse Mohamed Ibrahim Yattara, um líder de igreja em Bamako, para a agência de notícias World Watch Monitor (WWM).
Um ano atrás, ele e sua família fugiram de Timbuktu, no nordeste e se dirigiram para a capital, no sudoeste do país. Como ele, milhares de malineses buscaram refúgio no Sul e outros no Níger, Burkina Faso e Mauritânia.
"Para nós, que fugimos de nossas casas e de nossas cidades nos últimos meses, a vitória dos muçulmanos sobre as forças armadas e de segurança tem despertado pensamentos dolorosos e torturantes. Nossas mentes estavam cheias de más lembranças de saques e destruição de nossos lares e instituições", disse ele.
Por quase um ano, os grupos islâmicos armados impuseram uma estrita lei (sharia) nas regiões sob seu controle. Intimidação, ameaças e mutilação tornaram-se práticas comuns. Outras religiões foram proibidas; locais de culto e igrejas foram depredados e saqueados.
"De repente, todas essas memórias desapareceram e se transformaram em um sonho quando ouvimos com grande alegria sobre a intervenção do exército francês. A então chamada de 'a crise no Mali' foi amenizada", disse Yattara, que também é o diretor de um instituto de treinamento bíblico, em Timbuktu.
Apesar de recuperar a liberdade, o povo do Mali enfrenta novos desafios criados pelo controle islâmico. Nove meses de ocupação deixaram o norte do país dilacerado, precisando ser reconstruído. Edifícios públicos, incluindo escolas, postos de saúde, monumentos antigos, hotéis e restaurantes foram extremamente danificados.
Grupos de direitos humanos acusaram o exército de atacar civis. Segundo relatório publicado em 1º de fevereiro pela organização Human Rights Watch, as forças do governo malinês têm combatido "grupos étnicos formados por árabes de pele clara e os tuaregues, supostamente associados com os rebeldes". O governo do Mali negou as acusações e condenou publicamente os ataques retaliativos.
O Mali ocupa a 7ª posição na Classificação de países por perseguição (WWL) de 2013, ranking dos 50 países onde a perseguição aos cristãos é mais severa. A lista é publicada anualmente pela Portas Abertas Internacional.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoTamires Marques

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