Até um copo d’água dado com a atitude correta do coração é importante para o Senhor


“No nosso último café da manhã juntos, Helen Berhane (foto) nos deu uma palavra maravilhosa. Ela disse que o que estamos fazendo aqui é muito importante, porque estamos alimentando aqueles que estão na frente da batalha” diz a parceira da Portas Abertas no Brasil
Eu li O Contrabandista de Deus quando era bem jovem, nos idos da década de 1980. Aquela leitura me motivou a saber mais a respeito dos nossos irmãos que pagavam altíssimo preço por amar a Jesus. Passei a acompanhar a Missão Portas Abertas e a ler tudo o que podia sobre o assunto, sempre desejando participar mais efetivamente da assistência aos nossos irmãos perseguidos.

Muitas vezes eu desejei estar naquele fusca azul, ajudando o Irmão André a distribuir a Palavra de Deus aos irmãos dos países da “Cortina de Ferro”, e muitas vezes tenho desejado estar com aqueles irmãos destemidos que cruzam as fronteiras dos países muçulmanos. Mas Deus nos tem mostrado outra forma de contribuir: orando pela Igreja Perseguida, pela Missão Portas Abertas e pelos soldados que estão no front.

Os anos se passaram e hoje, meu marido e eu dirigimos a Casa das Luzes, no Rio de Janeiro. Nesse lugar, pastores, líderes, missionários, obreiros e todos aqueles que necessitam ou desejam, podem “recarregar as baterias” físicas e espirituais, ou simplesmente ter um tempo para descansar.

Em outubro de 2011, a equipe da Missão Portas Abertas esteve conosco durante a visita da Helen Berhane ao Rio. Foi um tempo inesquecível, que nos marcou muito por aquilo que Deus produziu em todos nós. O Senhor derramou muita alegria em nossos corações e a comunhão que tivemos foi a de irmãos que há muito tempo não se viam. Pudemos experimentar um pouco da unidade que viveremos no céu, naquele Grande Dia. Ter a Helen, o Andy (um jovem que a interpretava) e os irmãos da Portas Abertas aqui foi um grande presente que Deus nos deu.

Naqueles dias aqui, nós pudemos acompanhar a Helen e a equipe nas igrejas e ver nos olhos das pessoas amor e admiração. Pessoas vinham de longe para ouvi-la, para falar e orar por ela. Pura expressão de amor fraternal e desprendimento naqueles dias chuvosos. 

Aqui na Casa das Luzes há um monte de onde temos uma vista realmente privilegiada, e desse lugar intercedemos pela cidade. Em uma tarde, meu marido acompanhou a Helen até o monte –ele não fala inglês, ela não fala português, mas os dois se entendiam perfeitamente cada um conversando na sua língua, numa clara demonstração do que aconteceu em Atos 2, e um sinal de que não existem barreiras que impeçam a perfeita unidade do Corpo de Cristo.

Foram dias intensos de muito trabalho, oração, comunhão, vigilância, choro, risos, alegria, e derramar do Espírito Santo. Pudemos orar com eles, alimentá-los, cuidar de cada um como se fosse nosso filho, pudemos compartilhar experiências e animar uns aos outros.

A equipe da Portas Abertas é muito atenta, focada. Como trabalha! Foi incansável para oferecer o melhor à Helen e ao Andy. É muito bom saber que nossos irmãos da Igreja Perseguida podem contar com uma ajuda tão preciosa, cuidadosa e dedicada.

Em seu testemunho, Helen sempre fala de como foi impactante a leitura do livro de Richard Wurmbrand, Cristo em Cadeias Comunistas. Sei como ela se sentiu, porque eu também fui fortemente marcada pelo testemunho do Pastor Richard, aliás, está nesse livro a mais linda declaração de amor a Jesus que já li fora da Bíblia. Pessoas como o Pastor Richard e a Helen, que passaram por tão grande provação, nos motivam a prosseguir em nossa caminhada com o Senhor.

No nosso último café da manhã juntos, Helen nos deu uma palavra maravilhosa. Ela disse que o que estamos fazendo aqui é muito importante, porque estamos alimentando aqueles que estão na frente da batalha. Diante de tudo o que ela passou, nos sentimos pequenos e às vezes pensamos que o que temos ofertado ao Senhor Jesus é muito pouco. Porém, precisamos nos lembrar de que até um copo d’água dado com a atitude correta do coração é importante para o Senhor.

Agradecemos a Deus por cada minuto daqueles cinco dias que nos marcaram para sempre. Agradecemos à equipe Portas Abertas por nos ter permitido realizar um desejo antigo de fazer algo a mais pelos nossos irmãos perseguidos.

Ficaram a saudade, o desejo de nos reencontrar e a certeza de que brevemente estaremos todos juntos, para sempre, desfrutando da doce presença daquele a quem dedicamos nossas vidas!

Eternamente gratos,
Regina e Altamiro Santos

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