Chefe de Direitos Humanos da ONU pede fim da violência no Egito

A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fez um apelo nessa quinta-feira (15) para que todas as partes envolvidas no conflito no Egito iniciem um processo de negociação a fim de frear a onda de violência que se instalou no país deixando centenas de mortos e milhares de pessoas feridas
“Lamento a a morte de tantas pessoas e apelo a todos no Egito a busca de uma saída para o fim da violência. Exorto as autoridades egípcias e forças de segurança a agirem com a máxima moderação”, disse Navi Pillay, segundo informações da agência de notícias da ONU. “Apelo por um diálogo urgente a fim de evitar mais violência e ódio, e se restaure a ordem constitucional por meio de eleições livres e democráticas”, acrescentou.

Quarta-feira (14), as forças de segurança entraram em confronto com manifestantes exigindo a reintegração do presidente deposto, Mohamed Mursi. "O número de pessoas mortas ou feridas aponta para um excesso de violência contra os manifestantes”, disse a chefe da ONU. “Deve haver uma investigação independente, imparcial e eficaz da conduta das forças de segurança. Qualquer pessoa considerada culpada deve ser responsabilizada”, disse.

Navi Pillay ressaltou que as forças de segurança devem agir com respeito aos direitos humanos, de liberdade de expressão e de reunião pacífica dos cidadãos. “Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com humanidade e com todas as garantias judiciais no âmbito do direito internacional”, disse.

Segundo informações da ONU, o Conselho de Segurança se reuniu hoje, à portas fechadas, para analisar a situação no Egito. “O ponto de vista dos membros do conselho é importante para acabar com a violência no Egito. Houve um desejo comum sobre a necessidade de acabar com a violência e promover a reconciliação nacional”, disse a embaixadora argentina Maria Cristina Perceval, país que ocupa a presidência rotativa do conselho em agosto.

O site de notícias R7 relatou que, de acordo com as agências internacionais, cerca de 20 igrejas cristãs foram atacadas na quarta-feira (14), durante os confrontos entre partidários da Irmandade Muçulmana — apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi — e as forças policiais do governo interino no Egito.

O maior temor dos cristãos com a atual radicalização dos conflitos é que o grupo se torne não só foco de ataques, mas, principalmente, que as iniciativas políticas pautadas pelo islamismo possam levar o país a aderir à lei do Alcorão, conhecida como Sharia. Neste cenário, seus direitos e sua segurança estariam ainda mais ameaçados.
FonteAgência Brasil e R7

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