Um sábado de conflitos no Egito

Como se já não bastasse a crise política por si só, cristãos egípcios ainda enfrentam perseguições sistemáticas em meio aos conflitos recentes no país. Igrejas foram queimadas e comunidades cristãs atacadas unicamente por conta de sua fé. O clima de tensão causa apreensão no mundo todo. Cristãos temem por sua segurança
Um cristão local descreveu suas impressões sobre os últimos dias de confrontos no Egito, mais especificamente revelando os acontecimentos de sábado (17), relatados no horário local do Cairo:

13h30: “Cada dia é um novo desafio, com muitas preocupações. Gostaria de saber quando voltarei a ter uma noite de sono completa, sem interrupções por conta da ansiedade!”

14h30: “Li este post no twitter, escrito por Mohamed Khaled, aparentemente, um muçulmano, que comentou sobre a última onda de ataques contra igrejas e cristãos no Egito:

‘Eu louvo a Alá que você, os cristãos, não foram criados com o mesmo espírito de ódio e vingança que os muçulmanos foram! Porque, se fosse esse o caso, depois de todos esses ataques às suas igrejas, lojas, casas e pessoas, o Egito teria sido completamente destruído. Mantenham a sua fé, vivam seus princípios e permaneçam com a sua mão levantada para o céu enquanto oram pelo Egito. Suas orações são a única esperança para este país se levantar novamente.’
Nossa mensagem de amor e perdão foi ouvida e recebido de forma clara!”

20h40: “Mais igrejas foram queimadas. A última relatada foi a Igreja Evangélica em Minya, localizada a 260 km ao sul do Cairo. Em muitos outros lugares, muçulmanos estão formando escudos humanos para proteger as igrejas. Com todo o caos que estamos testemunhando hoje, damos graças ao Senhor que este é muito menos do que o que tínhamos previsto. Cristãos têm se reunido em grupos, em casas particulares, orando constantemente pelo Egito.”

22h: “Membros da Irmandade Muçulmana atearam fogo no edifício do Banco de Sangue, no centro de Cairo e astearam a bandeira da Al Qaeda! Vários ataques estão ocorrendo agora em igrejas na cidade de Malawy, perto de Minya, a 270 km ao sul do Cairo. Há notícias de que unidades do exército estão lutando contra os agressores. Muitos civis têm formado grupos para defender seus bairros. O que é realmente interessante para nós, que estamos assistindo a todos esses ataques da Irmandade Muçulmana a igrejas e edifícios de serviços públicos e privados, é ver que alguns governos ocidentais têm mostrado simpatia à Irmandade Muçulmana e anunciado sua decisão de bloquear as ajudas econômicas para o Egito como uma punição para o que eles veem como ataques contra os pacíficos manifestantes pró-Irmandade Muçulmana! Eles devem estar assistindo notícias de um país diferente do meu.”
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAna Luíza Vastag

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