República Centro-Africana em perigo

Em um relatório publicado pelo jornal britânico The Guardian, o diretor da Médecins Sans Frontières escreveu que a religião tornou-se parte do conflito em um país "dominado pela violência desde o golpe de Estado em março"
A República Centro-Africana está em perigo de se tornar o mais recente Estado falido do mundo, segundo Arjan Hehenkamp, o diretor da Médecins Sans Frontières.

“O complexo da igreja é como uma prisão a céu aberto", escreveu ele. "As pessoas nem sequer se atrevem a ir buscar a madeira que precisam para cozinhar. Eles não se atrevem a sair dessa zona protegida de volta para suas casas - onde eles teriam um teto sobre suas cabeças e algumas instalações adequadas - embora suas casas sejam às vezes apenas 100 metros quadrados”, disse ele.

Há alguns dias, a Portas Abertas publicou uma notícia informando sobre a ascensão de um conflito religioso na República Centro-Africana. Confrontos envolvendo cristãos e muçulmanos na porção noroeste do país aumentam o medo de uma divisão religiosa prolongada. O líder da Aliança Evangélica corre o risco de ser preso por condenar a violência promovida nos últimos meses.

Em “A perseguição religiosa na República Centro-Africana”, uma fonte da Portas Abertas em Bangui, capital do país, revelou as realidades terríveis de civis por todo o país e as condições precárias daqueles que escolhem seguir a Cristo. Constantemente, cristãos são alvos de ataques por conta de sua fé.

Julien Bela, jornalista do jornal Centrafic Matin, em um artigo da edição de 22 de julho desse ano, comparou os fatos atuais na República Centro-Africana ao que ocorreu no norte de Mali durante a ocupação islâmica. A diferença, em sua opinião, é somente que, no norte de Mali, a ocupação foi declaradamente islâmica, enquanto na República Centro-Africana isto é encoberto, mas igualmente violento.

Outra fonta da Portas Abertas relatou: “Em Bangui, contamos mais de 100 homicídios em uma semana. Isso sem mencionar os assassinatos no interior ou o estupro contínuo de mulheres. Essas cenas me oprimem. Às 18 horas, todos já estão em seus lares, mas, apesar disso, eles chegam para nos levar e matar.” Leia mais em “Não há um dia sem trauma”.

Foto: Pacome Pabandji/AFP/Getty Images

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FontePortas Abertas Internacional

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