Viúva Hellen Welli é consolada através do seu apoio

Já faz quase seis meses desde que perdemos Abdi Welli, o fiel esposo de Hellen, pai amoroso de três meninos e um missionário apaixonado pelo povo não alcançado do Quênia. A vida de Abdi teve um fim abrupto quando ele foi baleado em plena luz do dia, em 7 de fevereiro, em Garissa, nordeste do país. Seu amigo e pastor, Ibrahim Makunyi, foi ferido no ataque
Desde a morte de Abdi Welli, a Portas Abertas permaneceu em contato c om Hellen. “Pedimos aos parceiros que lhe escrevessem para encorajá-la e já lhe entregamos centenas de cartas. Todas as vezes que lhe entregamos cartas e cartões de irmãos de todo o mundo, o rosto de Hellen irrompe em um sorriso feliz”, revelou um colaborador da organização na região.

“Muito obrigada por essas cartas. Elas são tão encorajadoras! Eu li em uma delas: ‘Deus colocou em meu coração o desejo de orar por você todos os dias’. Pendurei em minha parede como um lembrete. É muito encorajador saber que Deus me colocou no coração de alguém. Estou guardando todos esses cartões para meus filhos verem quando voltarem do internato”, contou ela.

Após uma perda como a de Hellen, não há respostas simples para a pergunta “Como você está?”. Um ouvinte realmente interessado precisa oferecer seu tempo para ouvir enquanto a pessoa sofredora derrama seu coração. Algumas vezes, há momentos em que uma fé profunda é revelada. Normalmente, há confusão profunda. “Estou feliz por ter a oportunidade de sentar com Hellen e ouvi-la”, afirmou a colaboradora da Portas Abertas que a visitou.

“Ao passarmos tempo com Hellen, ficamos conscientes do fato de que há momentos em que ela fica profundamente orgulhosa do bravo compromisso de Abdi com Cristo, literalmente, até a morte”. Mas há momentos em que ela fica admirada pela maneira com que Deus escolheu fazer as coisas acontecerem.
Durante uma visita recente, Hellen relembra sobre a coragem de Welli, e surge um sorriso triste. “Abdi foi criado por sua mãe após seu pai, um renomado comerciante de gado, morrer quando ainda era jovem. Sua mãe diligentemente acrescentou o ensino islâmico à sua educação formal. Ele era bem embasado na religião e, ainda no primário, assumiu papéis de liderança. Abdi normalmente resolvia os conflitos entre os alunos cristãos e muçulmanos. Seus professores gostavam muito dele. Em troca, ele amava os testemunhos de seus professores cristãos”.

“Em 1992, quando tinha seus vinte anos, Abdi se deparou com uma declaração do profeta Maomé falando a uma mulher Ansari, como registrado no Hadith. ‘Por Alá, embora eu seja o Mensageiro de Alá, contudo, não sei o que Alá fará a mim!’. Isto gerou uma grande fome pela verdade em Abdi que, imediatamente, iniciou uma leitura comparativa da Bíblia e do Alcorão. Não demorou muito para ele vir para Cristo. No início, ele enfrentou perseguição, mas suportou. Mais tarde, juntou-se a uma agência missionária porque sentia-se chamado a alcançar seu povo através do evangelho de Jesus Cristo”. 

Quando a perseguição se intensificou a ponto dele temer por sua vida, Welli decidiu se mudar. Foi quando ele conheceu Hellen, uma nigeriana. Os dois tinham uma paixão por alcançar o povo predominantemente islâmico. Logo eles se apaixonaram e casaram-se na Nigéria. A família de Hellen rogou a Welli que não a levasse de volta para o Quênia. 

“Meu esposo honrou seu pedido. Começamos o ministério no Níger, mas Abdi sentia-se cada vez mais desconfortável em servir aos outros enquanto seu próprio povo permanecia não alcançado. Até 1999, quando sentimos um forte chamado para retornarmos para o Quênia”.

“Tão logo chegamos, começamos a enfrentar perseguição. Certa vez, tivemos de dormir na delegacia de polícia, quando uma multidão ameaçou incendiar a casa em que morávamos. Mas, com a ousadia de Deus, resolvemos permanecer”.

“Abdi não era apenas um homem com uma profunda paixão por alcançar seu próprio povo. Também era um cristão corajoso que entrava ousadamente na igreja aos domingos para adorar a Deus, mesmo quando o povo local se juntava nas proximidades para atirar pedras nele e insultá-lo. Ele dizia que não tinha vergonha de Jesus Cristo ou seus seguidores”.

“Seus parentes regularmente arrazoavam com ele para persuadi-lo a voltar à fé de seus pais. Ele sempre lhes dizia que era adulto e que tomara uma decisão deliberada e saudável. Um dia, um ex-professor muçulmano perguntara a Abdi se ele realmente achava que seus antepassados tinham errado em seguir o Islã. Ele respondeu: ‘E se eles estivessem errados em seguir o Islã e eu certo em seguir a Jesus Cristo? ’. O professor não sabia como responder”.

“Sou consolada por saber que Abdi teve um encontro verdadeiro com Cristo e que fizera um voto em nunca mais voltar aos velhos caminhos. Também me consola saber que a Bíblia diz em Mateus 22.22-32 que ‘Deus não é Deus de mortos, mas de vivos’. Abdi não está morto, ele está com Cristo”.

Embora encontre consolo e força no exemplo de Welli, Hellen nos conta com sinceridade sobre suas confusões. Ela fica relembrando o fato em sua mente, tentando encontrar sentido no assassinato; persistem os incontáveis ‘por quês’.

“Não esperava que essa fosse a maneira das coisas acontecerem. Por que Deus permitiu que atirassem nele?”.
Somando-se a essas confusões, Hellen está ciente do fato de que precisa de muita graça para lidar com os familiares de seu marido. Nessa cultura, as estruturas familiares são muito importantes. E quando Welli se converteu, esses relacionamentos se complicaram tremendamente.

Hellen se recorda do desdém com que eles viam Welli inicialmente. Eles o consideravam pobre e diziam-lhe que sua escolha por Cristo era a causa de sua situação difícil. Contudo, quando sua sorte melhorava, ele era novamente perseguido por ciúme. 
O fato de Welli não se casar com uma mulher muçulmana de seu próprio povo era outra questão contenciosa. Sua família sabia que eles não seriam beneficiados por seu legado. Hellen recorda a imensa pressão que o cristão sofreu dos anciãos para se casar com uma segunda mulher, mas desta vez, somali.

Hellen é confrontada pelo fato de que há algumas decisões importantes a serem tomadas sobre seu futuro. Ela continua a se preocupar com a segurança dos filhos e com a propriedade da família. É costume que a família muçulmana a reivindique após a morte do esposo.

A investigação sobre a morte de Welli não rendeu frutos até então. No momento, Hellen permanece no limbo, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. A Portas Abertas está comprometida em ajudar e orientar o quanto puder, e continuar a lembrar os cristãos ao redor do mundo da importância de orar por Hellen e seus filhos.

Pedidos de oração
• Decisões futuras: Hellen está incerta quanto ao seu futuro no longo prazo. Com a direção do Senhor, algumas decisões precisarão ser tomadas logo. Ore pela direção de Deus sobre onde ela deverá se estabelecer e o que fazer para obter seu sustento.
• Força emocional: Hellen está no limbo, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. Ela se sente só e exposta. Os relacionamentos familiares já complicados têm sido exacerbados.
• Paz: Às vezes, há uma grande confusão na mente de Hellen. Ore para que a paz de Deus retorne.
• Os filhos: O mais velho confessou a Hellen que parou de orar a Deus, possivelmente por estar zangado com ele pela morte do pai. Mas isso parece ter mudado. Certa vez, ele orou com uma ousadia e uma sinceridade incomum para crianças de sua idade. Isso foi um grande encorajamento para Hellen. Ore para que o Senhor console os meninos. Peça especificamente pela equipe do internato onde ficam, para que sejam instrumentos de Deus enquanto os meninos vencem sua tristeza.

Campanha de cartasAlém da sua oração, você também pode encorajar Hellen e seus filhos com palavras de apoio e versículos bíblicos. Sua carta pode levar amor e consolo a eles. Participe! 
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoGetúlio A. Cidade

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