Relatos da violência contra cristãos na República Centro-Africana – Parte 1

Há quase um ano, rebeldes Seleka atravessaram 682 km até Ndéle, ao norte de Bangui, capital da República Centro-Africana, expulsaram todos os funcionários do governo e se estabeleceram como nova autoridade na cidade. Dois dias depois, eles passaram a saquear a comunidade cristã da tribo Banga, ao leste de Ndéle, assim como em outras localidades
Rebeldes fortemente armados controlavam as ruas e foram de casa em casa, em igrejas e instituições cristãs para saquear e destruir. Eles fizeram isso na Igreja Batista e na casa de seu pastor, Pierre Makossa; na Igreja Apostólica e no lar de seu pastor, Noel Koko; na residência do pastor Eric Soumaine; no Centro de Missões e nas acomodações do pastor Jean Bosco Ndakouzou.

Ao avançarem para Bambari, 388 km a leste de Bangui, em meados de dezembro, eles novamente não pouparam os cristãos e as igrejas. A Portas Abertas foi informada de que os rebeldes atiraram em uma jornalista enquanto ela estava transmitindo notícias, porém, não foram fornecidos mais detalhes do caso. Eles expulsaram os líderes e, em seguida, saquearam e destruíram outra igreja.
Nas congregações protestantes, seguiram o mesmo padrão: roubaram tudo o que podiam, desde carros a instrumentos musicais, equipamentos de som, motocicletas, máquinas de costura, bombas de água, geradores e frigoríficos. As pessoas foram impelidas a sair.

Muitas igrejas tiveram grandes perdas. A Igreja da Cooperação e a Igreja Apostólica perderam todo o equipamento de som, apesar das tentativas de protegê-lo, guardando-o em um lugar escondido. Casas de pastores e cristãos foram saqueadas e destruídas e seus proprietários obrigados a fugir. Prédios administrativos e escolas também foram atacados. Nas aldeias próximas, confiscaram alimentos e armas. Durante o caos, crianças foram separadas de seus pais.
O mesmo padrão foi seguido conforme os rebeldes progrediam através das cidades de Basse-Koto, como: Alindao, Kongho, Mingala, Kembé e a capital regional Mobaye, a 614 km a sudeste de Bangui. Em Alindao, destruíram o centro administrativo. Em seguida, saquearam a Faculdade Teológica, esvaziando alojamentos de alunos e funcionários e expulsando-os a tiros.

O presidente da União das Igrejas Elim, pastor Enoch Tagba, e sua família estavam entre eles. As ações violentas foram repetidas no Centro para a Tradução da Bíblia nas línguas locais de Alindao. A equipe foi ameaçada e teve de fugir em massa, deixando tudo para trás. Os rebeldes roubaram carros, motos e grandes somas de dinheiro, destruíram casas e profanaram as igrejas.
O pastor Damas Sambia, da igreja de Cooperação em Alindao, foi perseguido por quatro horas. Rebeldes suspeitavam que ele estivesse escondendo documentos importantes e uma grande soma de dinheiro em sua casa. Quando, finalmente, encontraram a caixa de dinheiro, nela continha apenas sete mil francos centro-africanos (o equivalente a 33 reais). Irritados, eles dispararam tiros contra o pastor e ordenaram que ele os levasse para o local onde seus familiares estavam escondidos. Nesse exato momento, um policial chegou e libertou o pastor.

Pedido de oração
  • Ore pelos cristãos da República Centro-Africana! Peça ao Senhor para que derrame da sua misericórdia e amor sobre a comunidade cristã que enfrenta perseguição; e também abra os olhos e corações dos rebeldes e perseguidores, para que eles sejam alcançados pelo evangelho.

Leia a segunda parte desse relato amanhã (17/11).
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoTamires Marques

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