Preciso encontrar os cristãos perseguidos porque... (12)

... eles me ajudam a manter a minha fé simples
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Em sua primeira visita aos Estados Unidos, eu levei o chinês, professor de estudos bíblicos, a uma livraria cristã. Eu não estava preparado para a reação dele.  Pensei que ele seria esmagado pela variedade de Bíblias, auxiliares de leitura, livros e material de multimídia.  Ele foi, mas não da maneira que eu esperava. Ele parou no meio da loja, virou-se para mim e disse:

- "Deve ser muito difícil ser cristão aqui."
- "Por que você diz isso?", perguntei.
- “Como você vai manter a sua fé de forma singela, com tudo isso disponível?”

Caminhamos ao redor da loja e ele me explicou o que queria dizer. Pegou cinco livros da prateleira. Todos tinham títulos semelhantes, como "Segredos para uma vida cristã feliz." Ele folheou-os e disse: "Cada livro parece dizer que há um segredo para se viver uma vida feliz com Jesus, mas são todos diferentes. Isso é confuso".

- "Bem, isso é apenas marketing", eu expliquei, um pouco defensivamente.

Mas ele continuou. "Isso significa que eu tenho que comprar os cinco livros para realmente conhecer a Cristo? Isso me deixa aflito. Se eu não comprar todos, como poderia estar ciente dos segredos? Sempre vai faltar um. E eu terei de comprar mais livros. Em breve, eu teria mais livros do que eu conseguiria ler, e eu não seria feliz, mas culpado por ter gasto dinheiro em todos esses livros que eu não tenho tempo para ler".

Ele colocou os livros no chão e disse calmamente: "Na China, eu orei a Deus para me trazer livros. Ele enviou-me, mas em média recebia quatro por ano. Então, eu li esses livros completamente. Copiei as passagens. Fiz resumos para os professores. Aprendi pedaços inteiros de cor. Esses livros realmente me formaram. O ponto que eu estou tentando explicar é que, se você tem muitos livros, é difícil ler um adequadamente. Eu não estou dizendo que é impossível, apenas difícil. E essa variedade, na verdade, faz a fé ser mais complicada do que realmente é.”

“É verdade”, prosseguiu ele, “e é muito difícil ver que estamos constantemente seduzidos pelo mais recente, o melhor, o novo, mesmo dentro da cultura cristã. A perseguição poda a vida até a sua essência, e mantém a prática da fé simples. Meu amigo voltou à China para manter as rotinas básicas que lhe deram vida. Como ele disse, ‘todos os dias, certifique-se de orar, testemunhar aos outros, e acima de tudo, louvar a Deus’.

Ele me ensinou um hábito diário que aprendeu na prisão. ‘Toda manhã, quando você acordar, não se levante, fique na cama e por dez minutos agradeça a Deus por tudo o que vem em sua mente. Pode ser pelo papel de parede, pode ser pelos amigos, ou só por sua vida. Qualquer coisa. Depois que você passa, descobre que o mundo é cheio de graça. Graça de Deus. Com essa atitude você está pronto para viver o dia para Deus – porque você está plenamente cheio com o quão generoso Deus é para você, para todos’.”

O texto acima foi retirado do livro "15 razões por que precisamos ter um encontro com a Igreja Perseguida" (tradução livre), de Ron Boyd-MacMillan, diretor estratégico da Portas Abertas Internacional.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAnne Karen Oliveira

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