08 mar 2014EGITO
No Dia Internacional da Mulher, conheça cristãs egípcias que vivem sob um trauma duplo: são ao mesmo tempo mulheres e cristãs. Este fato as leva a um reconhecimento amplo, porém silencioso, sobre sua importância pessoal na sociedade. Um ministério, apoiado pela Pelas Abertas, tem o objetivo de encorajar essas cristãs
Nessa linha, os homens muçulmanos aparecem no topo, aceitos publicamente como tendo tanto o sexo como a fé corretos. As mulheres muçulmanas vêm em segundo lugar, desde que sejam muçulmanas. Em terceiro lugar, estão os homens cristãos. Apesar de ter uma desvantagem por ser cristão, ele ainda é homem. No final da lista está a mulher cristã, que não possui nem o sexo preferencial, nem a religião certa.
Essa visão depreciativa da mulher na sociedade egípcia tem, infelizmente, penetrado na igreja. São impostos muitos limites e controles sobre a mulher cristã, nem sempre pela comunidade fora da igreja, mas também pelas próprias famílias cristãs.
Algumas mulheres muçulmanas são mais afortunadas que outras, especialmente nas grandes cidades, onde elas não são tão conhecidas e notadas. As oportunidades são também mais acessíveis para uma pequena minoria de mulheres que se coloca à prova para construir uma carreira em uma sociedade relativamente aberta. Isso se constitui em um nítido contraste entre aqueles que vivem em vilas e cidades pequenas.
Em vista dessa realidade, o ministério “Mary & Elizabeth”, criado para a capacitação de mulheres, provou ser de vital importância à necessidade de apoiar as cristãs no Egito, ajudando-as a lidar com sua situação. Se o ministério pudesse ser resumido em uma única sentença sobre encorajamento dessas mulheres, seria:
“Você é muito preciosa, valiosa, criada de forma única por Deus, amada e essencial para o desenvolvimento do Reino de Deus no Egito.”
O ministério “Mary & Elizabeth” foi estabelecido no final de 2007 por um grupo influente e comprometido de mulheres líderes de diferentes igrejas evangélicas no Egito. A ideia principal nesse ministério foi construída de uma forma bastante simples:
“Construir parcerias entre mulheres de diferentes gerações, onde quer que elas vivam, sem se importar com sua condição social ou econômica.”
Este movimento, que agora está sendo implantado nas igrejas locais em parceria com a Portas Abertas, visa criar um vínculo de amor e uma plataforma para a livre partilha entre as mulheres, permitindo a elas que dividam seus sonhos secretos e também os desafios da vida diária.
Por meio dessa parceria, mulheres compartilham sobre em que ponto suas vidas estão e para onde Deus quer que elas vão. Elas também aprendem a descobrir seus talentos e dons secretos, e como encorajar e capacitar uma a outra. As mulheres envolvidas neste ministério se reúnem para introduzir a mudança em suas próprias vidas, e se possível, em suas comunidades também.
A estrutura sobre a qual esse ministério é construído é bem simples. Cada líder mulher forma grupos de outras cinco mulheres. Elas oram, cuidam umas das outras, ensinam, dão conselhos e investem tempo nisso até que cada uma esteja qualificada para assumir a responsabilidade por outras cinco mulheres. É um crescimento simples pelo processo da multiplicação, destinado a impactar as vidas de 10 mil mulheres.
Todos os anos, ocorrem conferências e eventos de diferentes tamanhos, mas que compartilham a mesma agenda: capacitar mulheres cristãs a impactar suas comunidades para Jesus.
Em termos de visão, este movimento crescente visa:
• Ajudar as mulheres a viver um forte relacionamento com Deus, em reconciliação consigo mesmas e com a sociedade que as rodeia.
• Ativar o importante papel da mulher em suas igrejas locais.
• Testemunhar para não cristãs oferecendo o amor de Deus de diferentes maneiras.
Esta estratégia é implementada por meio de uma variedade de programas de ensinamentos espirituais e de conscientização que têm como alvo atingir cristãs de todo o país.
Um desses programas especialmente relevantes são os seminários de formação de líderes mulheres. Esses seminários visam atingir mulheres de diferentes cidades, vilas e aldeias, equipando-as e inspirando-as a lançar aulas ministeriais em suas próprias regiões.
Nessas aulas, as mulheres resgatam seu valor e restauram sua autoimagem por meio do ensino bíblico e reuniões de oração. Elas também fornecem aulas de conscientização sobre cuidados de saúde e treinamento vocacional.
Amanhã (09/03), leia a continuação dessa história.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoJussara Teixeira
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