“Todos nós sofremos e precisamos uns dos outros”

Embora o medo tenha se tornado "um amigo próximo" de Samir*, ele e sua esposa Dina* preferiram ficar e viver na Síria, mesmo durante esses três anos de guerra civil. "Minha fé em Deus me mantém na Síria. Enquanto eu ficar, posso servir aos outros", conta Samir
Refugiado sírio.jpg
Em sua igreja, Samir e Dina nunca tiveram nenhuma experiência assistencialista, porém eles começaram a visitar as famílias das igrejas e descobriram suas enormes necessidades. Eles iniciaram o trabalho em setembro de 2012, com a distribuição de cestas básicas. Um grupo de cinco jovens da igreja percebeu que algo tinha que ser feito.

"Algumas pessoas não tinham o suficiente para comer! Começamos ajudando trinta famílias e, depois de quatro meses, estávamos chegando a quinhentas. O nosso grupo de cinco jovens cresceu para mais de vinte. Cada um é responsável por cerca de vinte famílias. Nós visitamos, conversamos e vemos o que é necessário fazer."
Depois de um tempo, eles entraram em contato com outras igrejas envolvidas nesse trabalho de apoio. Para evitar que uma família recebesse várias cestas básicas e outras não recebessem nada, eles coordenam juntos a ação.
"Nosso grupo começou com esse trabalho porque nos sentimos parte da comunidade. Queremos mostrar o amor de Deus a essas pessoas. Cada igreja agora cuida das famílias de sua própria vizinhança. Não são distribuídas cestas básicas para um mês inteiro, para que as pessoas não dependam totalmente da igreja. Elas precisam ter suas responsabilidades, procurar um emprego ou talvez começar um pequeno negócio."
"Em meio à guerra, descobrimos que temos exatamente as mesmas necessidades. Oramos juntos com nossos líderes e outras igrejas. Algum tempo atrás, começamos a organizar reuniões de oração", comentou Samir. "Às vezes orávamos de forma criativa, por exemplo, usando um quebra-cabeça. Cada parte do quebra-cabeça tinha um problema da Síria escrito nela. E então orávamos por esse problema específico. Todas as peças juntas formavam o mapa da Síria. O grupo se reúne a cada dois meses em uma igreja diferente. Dependendo do tamanho da igreja podem vir cerca de 200 a 500 pessoas".
"Eu realmente acredito que Deus está conosco e que ele nos protege. A fé é a nossa única arma", finaliza Samir. "Todos os dias oramos pedindo força. Isso realmente nos ajuda a entender que não estamos sozinhos, que outros cristãos estão conosco".
*Os nomes verdadeiros foram alterados por motivos de segurança
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoBasílio Henrique

Comentários