Líder político indiano fala sobre a perseguição religiosa no país

28 dez 2014ÍNDIA

Enquanto os estados indianos de Maharashtra e Haryana estavam prestes a realizar suas eleições, o jornal Times da Índia entrevistou Gehlot, um membro do gabinete do novo primeiro-ministro Narendra Modi. Ele aproveitou a oportunidade para falar sobre a demanda de décadas atrás para estender o “status das castas" para os dalits cristãos e muçulmanos do país, proporcionando-lhes, assim, o mesmo acesso aos recursos disponibilizados para indianos hindus, sikhs e budistas
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Gehlot, agora sentado diante da Suprema Corte da Índia, disse que a demanda se resume em um processo que dura há 10 anos, e que isso é ilógico. Alguns hindus, disse ele, se converteram a outras religiões porque nelas não existia diferencias para os “intocáveis”. A conversão tem resolvido os problemas que os dalits (intocáveis) enfrentam como hindus. Então, eles não deveriam pedir mais um “status de castas”.
“Bobagem”, dizem ativistas cristãos"Ninguém pode escapar do sistema de castas indiano através da conversão a outras religiões. Após a conversão, eles não vivem no vácuo, mas sim dentro de um sistema de castas”, disse o Rev. Raj Sunil Philip, secretário-executivo da Comissão de Dalits no âmbito do Conselho Nacional de Igrejas na Índia, em um comunicado divulgado em 21 de outubro. O Conselho representa 30 igrejas ortodoxas e protestantes na Índia.
Gehlot declarou “pretender que o sistema de castas não afete as religiões, é querer enganar os cidadãos da Índia”.
"O ministro procura encobrir o fato de que o sistema de castas na Índia é um produto do hinduísmo e que se espalhou para toda a matriz social da Índia", disse Philip, pastor da Igreja do Sul da Índia.
O censo oficial relata que 2.3% da população indiana são cristãos, embora estimativas independentes mostrem que o número é maior, chegando a 7%, o equivalente a mais de 80 milhões de pessoas. Milhões de dalits cristãos mantém sua fé escondida, para evitar a eliminação da categorização de castas já programadas e os benefícios que ela proporciona.
"Se os cristãos ou muçulmanos têm ou não têm um sistema de castas não é a questão. O fato é que a identidade de castas é, até hoje, uma identidade dominante na Índia e traz consigo diferentes esferas de discriminação” dia o Reverendo Kumar Swamy, secretário nacional do Conselho Cristão da Índia à World Watch Monitor.
Em sua entrevista com o The Times of India, Gehlot disse expandir o espaço entre as castas para cristãos e muçulmanos "proporcionaria um estímulo para as conversões religiosas”.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoGrace Gil

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