Criminosos acusados no caso Malatya são soltos

27 jan 2015TURQUIA

Um tribunal turco determinou a soltura de dois ex-oficiais militares e de um investigador islâmico, que estavam presos por quase quatro anos, suspeitos de envolvimento no assassinato de três cristãos no sul da Turquia, em 2007
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Na 101ª audiência do caso, em 21 de janeiro, o primeiro tribunal criminal de Malatya determinou que Mehmet Ulger,  Haydar Yesil e Ruhi Abat aguardassem o encerramento do caso em liberdade.
“Isso é uma vergonha, que nos deixa sem esperança”, afirmou o líder protestante Umut Sahin, presente no momento da leitura da decisão. “Infelizmente o caso ainda deve durar pelo menos mais um ano.”
“Não estamos surpresos”, lamentou o advogado Erdal Dogan, após o anúncio da decisão da Corte por três juízes e dois promotores.
Ele notou que a manipulação política tem mudado o andamento do caso nos últimos 12 meses. Juntamente com Hursit Tolon, acusado de ser o mentor dos assassinatos e que foi solto em junho do ano passado, os outros três suspeitos afirmam que as mortes foram planejadas pelo movimento Hizmet, liderado pelo estudioso muçulmano Fetullah Gulen , ex-aliado do governo e, agora, inimigo.
Um dia antes da audiência, o advogado de Gulen, Muruallah Albayrak, emitiu uma declaração acusando o governo turco de “despejar os assassinatos não resolvidos” nas costas do movimento liderado por Gulen. O presidente turco, Receo Tayyip Erdogan, classificou o grupo de Gulen de uma conspiração ilegal e paralela que pretende derrubar os processos judiciais e o partido.
O réu Abat afirmou que as acusações contra ele estavam “desinformadas”, idealizadas por um estado paralelo e afirmou: “estou com o presidente Erdogan até o fim e sempre o apoiarei”. Abat deixou a prisão acompanhado de seus amigos, também acusados. A família  estava aguardando do lado de fora. “Nossas prisões foram feitas em um processo sujo”, afirmou. 
Sob ordem da justiça, eles estão impedidos de deixar o país até o término do julgamento. O que se pede aos cinco acusados é a prisão perpétua sem direito à liberdade condicional. Eles estavam presos em casa desde 2014, monitorados com dispositivos de rastreamento.
O caso já dura mais de sete anos. O brutal assassinato a facadas dos cristãos turcos, Necati Aydin, Ugur Yuksel e German Tilmann Geske, completará oito anos em 18 de abril.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoVera Haddad

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