Asia Bibi: marido acredita na sua libertação, mas família precisará fugir

26 fev 2015PAQUISTÃO

Asia Bibi, cristã condenada à morte no Paquistão, por blasfêmia, permanece na prisão. Seu marido, Ashiq Masih, acredita que sua esposa vai ser libertada, mas que toda a família deve fugir logo após, por conta das ameaças que tem sofrido
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A condenação de Asia Bibi está entre os casos de blasfêmia no Paquistão de maior repercussão mundial. Muitos radicais paquistaneses acreditam que a cristã deve ser morta e protestam contra o fato de que ela permanece viva e na prisão. Asia entrou com um pedido de apelação no Supremo Tribunal e está aguardando o desenrolar do caso. Será que ela irá alcançar justiça e liberdade? Ashiq Masih, seu marido, tem esperança que ela seja libertada, mas afirma que a família terá, então, de fugir do país.
Masih está aguardando a avaliação do recurso de sua esposa pelo Tribunal Supremo do Paquistão. "Temos fé em Deus de que ela vai ser libertada desta vez", disse ele.
Ele a viu pela última vez em 15 de janeiro e informou que Asia estava "indo bem. Ela está bem psicologicamente e firme em sua fé para viver e morrer por Jesus Cristo. Ela está disposta a pagar qualquer preço por isso."

Ele teme pela vida da esposa quando a mesma deixar a prisão: "Não é seguro para ela ficar no Paquistão, sua vida está em perigo. Eu não sei para onde iremos."
Asia Bibi tem 49 anos de idade e é mãe de cinco filhos. Ela foi acusada falsamente de insultar o profeta Maomé em 2009, por algumas mulheres muçulmanas. Sua sentença de morte foi imposta por um tribunal regional perto de Lahore, em 2010, e provocou um clamor internacional. Sua condenação foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Recurso, em 2014.
"Vivenciar a prisão da mãe produziu um efeito muito ruim sobre nossos filhos", compartilhou Masih. "Eles realmente sentem falta dela e querem que ela volte logo. Todos dependem muito da mãe e o fato de ela não estar aqui tem causado grandes problemas para as meninas mais novas." Embora as crianças frequentem a escola, a família tem de se mudar "a cada dois ou três meses" antes que as crianças e Masih sejam reconhecidos.
Masih afirma que a lei de blasfêmia do Paquistão está sendo aplicada de maneira abusiva, e deve ser alterada. Porém, as tentativas anteriores de combate foram precedidas pelos assassinatos dos envolvidos.
Recentemente, o veredito de culpado sobre o assassino do ex-governador de Punjab, Salman Taseer, foi confirmado por um dos Tribunais Superiores do Paquistão. Taseer foi morto por seu guarda-costas, Malik Mumtaz Hussain Qadri, em 2011, depois de tentar derrubar as leis de blasfêmia e falar em defesa de Asia Bibi.
FonteChurch Times
TraduçãoAna Luíza Vastag

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