Descobrindo a nossa família esquecida

14 abr 2015CHINA

O diretor de operações da Portas Abertas na China fez uma viagem ao interior do país e soube de um grupo de cristãos que necessita do seu apoio em oração e contribuição. O texto a seguir foi escrito por ele. Confira
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"Precisamos apenas escalar esta montanha, então nós estaremos lá!" Da Fu* (um nome chinês que significa "grande bênção") apontou para o alto da montanha íngreme.

Gino*, meu companheiro de ministério, e eu trocamos um suspiro. "Eu sinto muito... Eu não posso ir. Eu tenho um problema em minha coluna", eu disse. "É muito difícil para mim, na minha idade", acrescentou Gino.

Da Fu olhou com tristeza para nós, mas ele não ficou com raiva. "Eu pensei que vocês pudessem me ajudar a levar essas roupas através da fronteira para estas famílias pobres. Me perdoem por não ter explicado antes". Diante de nós, aqueles eram somente grandes sacos de roupas velhas. Da Fu os recebeu de igrejas locais e preparou para levá-los a famílias cristãs perseguidas em um país do Sudeste Asiático vizinho de um país tradicionalmente budista.
"Desculpe, querido irmão! Eu não sei o que dizer", Gino abraçou Da Fu com força. Eu podia ver a decepção derramando dos olhos de Da Fu. "Estas famílias são muito pobres; elas têm vivido em reclusão por várias gerações. Para evitar a perseguição, elas vivem em uma área montanhosa muito remota. E não podem retornar à China!"
Eu fiquei em silêncio.
Na década de 1950, o fogo da perseguição queimou em toda a China. Esta comunidade fugiu do país na esperança de encontrar um lugar paradisíaco, livre de perseguição. Escalaram montanha sobre montanha, até chegarem a este país vizinho. Eventualmente, descobriram que aquele também não era um lugar livre de perseguição.
"Talvez eles lamentem terem deixado a China. Hoje, a China é um lugar muito mais livre do que antes. Mas agora, eles estão presos neste país e vivem de uma forma muito primitiva. Eles ainda não têm comida e roupas", disse Da Fu.
Gino incentivou Da Fu com algumas palavras gentis. Em seguida, sentaram-se e tomaram chá juntos. Da Fu nos mostrou o mapa do sudoeste da China até este país vizinho. Essas famílias cristãs vivem muito perto da fronteira. Após algumas gerações, elas têm agora mais de uma centena de pessoas. Elas optam por ficar longe da comunidade, em situação de pobreza e solidão.
"Esta é a única coisa que eu posso fazer por eles", disse Da Fu."Nós também podemos orar com eles, querido irmão!", respondeu Gino com um sorriso."Vocês se juntariam a mim para andarmos lado a lado com eles?", perguntou Da Fu.
Eu nunca imaginei que existissem pessoas que vivessem em reclusão hoje em dia. Mas isso é real. Da Fu é um irmão muito fiel pertencente a um grupo étnico minoritário, no sudoeste da China. Deus o chamou para servir as pessoas necessitadas. Por conta disso, ele se estabeleceu naquele lugar e encontrou este pequeno grupo de cristãos esquecidos.
Ele vive de maneira muito simples com sua esposa e dois filhos pequenos para que eles possam poupar dinheiro para suprir roupas velhas e necessidades diárias para essas famílias, duas vezes por ano.
Eu prometi a Da Fu que iria voltar. Aquela caminhada cansativa me provou a pouca força que tenho; no entanto, a igreja chinesa tem milhões de cristãos que poderiam estar ajudando e o Corpo de Cristo a nível mundial é ainda maior. Meu coração quer mobilizar estes irmãos e irmãs para descobrirem e se sensibilizaram com sua família esquecida.
Você se uniria a mim para caminharmos lado a lado com eles?
*Nomes alterados por motivos de segurança.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAna Luíza Vastag

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