Centro Infantil na Colômbia provê desenvolvimento pessoal e espiritual

14 mai 2015COLÔMBIA

Quando chegam ao Centro Infantil da Portas Abertas, muitos jovens não têm perspectiva, estão assustados e traumatizados pelas situações que enfrentaram por conta da perseguição religiosa; porém, lá, pouco a pouco se tornam jovens maduros e autoconfiantes
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É frio em Bogotá, capital da Colômbia. Os últimos raios solares do dia tentam competir, em vão, com o cair da noite na cidade. Em uma lanchonete simples, colaboradores da Portas Abertas se reúnem com Fernando* e seus amigos. Ele passou mais de três anos no Centro Infantil da Portas Abertas no país, completando seus estudos em 2013. Sua família pertence a uma das minorias étnicas do país. Quando seus pais se converteram a Cristo, a família foi expulsa de sua aldeia. Eles tiveram de se deslocar de um lugar para outro, e nesse período Fernando quase não frequentou a escola.
Colégios no interior da Colômbia são encontrados, geralmente, em condições extremamente precárias. Anderson* se lembra de um de seus professores que, regularmente, aparecia bêbado para lecionar. Sofia* conta que a maioria dos professores não se importa se os alunos aprenderam o conteúdo passado em classe. Frequentemente, os professores são violentos e, muitas vezes, a pessoa responsável pela escola tem algum envolvimento com os guerrilheiros. Filhos de pastores e líderes cristãos são os alvos preferenciais de hostilidade e agressão.

Até que os três tiveram a oportunidade de ir para o Centro Infantil da Portas Abertas, que teve início no ano de 2000, com o objetivo de abrigar as crianças em perigo por causa de sua fé cristã; crianças ameaçadas pela guerrilha e pelos grupos paramilitares. O Centro fornece-lhes assistência integral e ensino escolar. Por sua vez, permitiu que seus pais, muitos deles líderes cristãos em regiões perigosas da Colômbia, se concentrem em seu ministério.
Os jovens falam com saudade do seu tempo lá. Felipe* lembra o quão diferente os professores no Centro Infantil eram com os alunos. "Eles sempre têm tempo para nós."
Além disso, os professores não são preocupados somente com seu sucesso acadêmico, mas também com o seu desenvolvimento espiritual e pessoal. "Eles eram modelos reais. Nossos professores eram os pais que nunca tivemos", diz Sofia, visivelmente emocionada. Quando ela tinha apenas oito anos de idade, ambos os seus pais foram assassinados por guerrilheiros porque estavam treinando para ser pastores na região em que viviam.
Um curso chamado "Meu projeto de vida" tem sido especialmente benéfico para esses jovens adultos. Por meio dele, eles foram desafiados a lidar com suas habilidades e talentos, a fim de descobrir quais deveriam ser seus objetivos a longo prazo. Anderson explica: "Quando entrei no Centro Infantil, eu não sabia de nada. Lá, eu aprendi a ganhar uma perspectiva sobre a minha própria vida."
Apesar do seu passado difícil, no Centro Infantil ficou claro para Sofia que Deus queria que ela fosse missionária.

Durante seus anos no Centro Infantil, Fernando descobriu seu interesse e identificação por Tecnologia da Informação. Ele agora estuda TI na Universidade de Bogotá e serve, em tempo parcial, como especialista em TI na Portas Abertas Colômbia.

Anderson estuda linguística e aplica as suas capacidades diretamente no Centro Infantil, como tutor dos alunos.
Felipe entende que sua ida para o Centro Infantil não foi uma coincidência. Foi previsão de Deus. Ele acrescenta com determinação: "Caso contrário, eu não seria nada hoje."
Quando chegam ao Centro Infantil, muitos jovens não têm perspectiva, estão assustados e traumatizados pelas situações que enfrentaram por conta da perseguição religiosa; porém, lá, pouco a pouco se tornam jovens maduros e autoconfiantes. Corajosamente incentivam outros a seguir a Jesus – traçando o mesmo caminho de fé e perseverança no Senhor de seus pais. Eles são gratos e se sentem privilegiados. Seu maior desejo é que o Centro Infantil da Portas Abertas se desenvolva em um campo de treinamento para muitas outras crianças cristãs que atualmente sofrem com a perseguição.

*Nomes alterados por motivos de segurança.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAna Luíza Vastag

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